Blog Informativo criado pela V turma Odontologia da Faculdade Independente do Nordeste, da disciplina de Fisiologia Humana ministrado pelo prof. Dr. Stênio Fernando.
Defesas naturais internas
Quando os
micróbios conseguem atravessar as barreiras externas ou penetram directamente
através de uma ferida, o nosso organismo desencadeia um conjunto de acções que
tentam impedir a infecção, ai entram as defesas naturais internas.
A primeira reacção é a inflamação – a
zona infectada fica vermelha, inchada e dolorosa.
Acorre ao local maior quantidade de sangue transportando glóbulos
brancos para “combater” os micróbios. Estes glóbulos brancos “apanham”
os micróbios, envolvendo-os no seu interior, e destroem-nos. O pus é o resultado
desta intensa “batalha” e é formado por bactérias mortas e glóbulos brancos.
Mas nem sempre esta “batalha” é
vitoriosa para os glóbulos brancos. Por vezes, alguns micróbios escapam para a
corrente sanguínea, produzindo toxinas – substâncias tóxicas para o organismo.
Neste caso, entram em acção outros glóbulos brancos, que fabricam
anticorpos – substâncias que são capazes de se unir aos micróbios ou suas toxinas, neutralizando-os.
Os anticorpos são específicos para
determinado micróbio ou determinada toxina. Tal como uma chave só serve em
determinada fechadura, também o anticorpo só se une com um determinado micróbio
ou certa toxina, inativando-os.
Quando o indivíduo recupera da infecção, os anti-corpos permanecem
no sangue durante algum tempo e alguns durante toda a vida, tornando o
indivíduo resistente – imunidade
natural.
Defesas naturais externas
Um micróbio patogênico, como, por exemplo, uma bactéria, para tentar penetrar no organismo humano tem de conseguir ultrapassar as barreiras que separam o meio externo do meio interno. A isso chama-se defesas naturais externas.
Pele:
Uma das principais funções da pele é evitar a entrada de micróbios.
Pois bem, mas qual tecido é a primeira defesa do
corpo contra micróbios?
A
pele é a primeira linha de defesa do corpo no combate aos micróbios. A gordura e o suor impedem o
desenvolvimento de muitos micróbios, como os fungos.
Os pêlos do nariz, dos
ouvidos, das sobrancelhas e das pestanas constituem também uma barreira
protectora, ao impedir a invasão do organismo por alguns micróbios.
Por
outro lado, a descamação contínua
da pele arrasta consigo os micróbios. Durante o banho, as
células mortas soltam-se, levando consigo, por exemplo, as bactérias que tentam
penetrar através da pele.
Mucosas:
Os revestimentos dos olhos, nariz, brônquios, uretra, vagina, boca e restante
tubo digestivo – mucosas –
também são uma barreira à entrada dos micróbios. Algumas mucosas, como a que
reveste o nariz, produzem um líquido espesso (muco), que destrói e expulsa os micróbios para
o exterior. É o caso das secreções nasais.
As lágrimas têm
também esta função.
A
mucosa do estômago produz o suco
gástrico ácido, que impede o desenvolvimento de muitos
micróbios.
Timo
A imunidade é a capacidade que o corpo
tem em resistir contra quase todos os tipos de microrganismos ou toxinas. A
imunidade adquirida só se desenvolve depois que o organismo for atacado por bactérias, vírus ou toxinas.
A
pessoa que não consegue desenvolver a imunidade adquirida devido à
ausência genética de linfócitos ou
cujos linfócitos foram destruídos pela radiação ou por produtos químicos, não
consegue sobreviver, pois fica exposta à infecções bacterianas fulminantes.
Os
linfócitos ficam na maior parte localizados nos linfonodos, mas também
podem ser encontrados em tecidos linfóides especiais como no baço,
nas áreas submucosas do trato gastrintestinal, no timo e na medula
óssea.
O
tecido linfóide do baço, timo e medula óssea tem a participação específica na
interceptação dos agentes antigênicos que possam alcançar ao sangue circulante.
Os
linfócitos T são responsáveis pela imunidade mediada por célula, e tem esse
nome por migrarem primeiro para o Timo e lá serem pré-processados.
O
linfócito tímico desenvolve reatividade específica contra um antígeno. O
linfócito seguinte desenvolve especificamente contra outro antígeno e esse
processo segue até que existam milhares de linfócitos tímicos com reatividades
específicas contra vários antígenos. Esses linfócitos T deixam o Timo através
do sangue e se alojam nos tecidos linfóides localizados pelo corpo.
O Timo assegura
que os linfócitos T não vão reagir contra as proteínas ou outros antígenos
presentes nos tecidos do próprio corpo, o que poderia ser letal. O timo seleciona o
linfócito T que será liberado, e se esse reagir, logo é destruído e fagocitado,
assim só os que reagem contra antígenos externos, como os de uma bactéria, uma
toxina ou tecido transplantado de outra pessoa são liberados.
A
maior parte do pré-processamento dos linfócitos T no Timo ocorre antes do
nascimento e meses após o nascimento do indivíduo.
Baço
O que é Baço
O baço é um
órgão do tipo glandular localizado na região superior esquerda da cavidade
abdominal. Este órgão tem contato com o pâncreas, o diafragma e o rim esquerdo.
Funções do
baço
Este órgão não
é considerado uma glândula endócrina, pois não produz secreções, entretanto, no
caso de certas doenças, este órgão libera um hormônio que afeta a produção dos
glóbulos vermelhos (hemácias) do sangue na medula óssea.
No feto, a
função principal deste órgão é a fabricação de hemácias e leucócitos (glóbulos
brancos). Após o nascimento esta função é interrompida. Porém, esta função pode
ser reiniciada posteriormente caso apareça alguma doença que debilite esta
função na medula óssea.
Este órgão age
como parte integrante do sistema linfático e vascular, ocupando uma posição
única que lhe permite eliminar microorganismos patogênicos e destruir hemácias
anômalas, alteradas ou envelhecidas. Ele também retira o ferro a partir da
hemoglobina dos glóbulos vermelhos para seu posterior uso pelo organismo, assim
como substâncias residuais como os pigmentos biliares para sua excreção, na
forma de bílis, através do fígado.
O baço fabrica
anticorpos contra diversos tipos de células do sangue e microorganismos
infecciosos. Em alguns animais mamíferos (com exceção dos seres humanos), ele
armazena as hemácias e nos casos de hemorragia os libera no sistema
circulatório. Nos seres humanos, atua como reservatório de sangue e de outras
células sanguíneas.
Linfonodo ou gânglios linfáticos
O que é um
linfonodo?
Os linfonodos ou gânglios linfáticos são pequenos
órgãos compostos por tecido linfóide que se encontram espalhados pelo corpo,
sempre no trajeto de vasos linfáticos. Os linfonodos atuam como filtro da
linfa, antes da mesma retornar ao sangue, cada grupamento linfonodal é
responsável pela drenagem de determinada parte do corpo, um exemplo são os
linfonodos axilares que recebem tanto a linfa da mama como do braço.
Quando algum microorganismo invade o corpo ele é detectado ao passar por um
linfonodo e começa haver multiplicação das células de defesa (linfócitos)
presentes no mesmo, levando ao aumento do gânglio.
Alguns tipos de cânceres têm como sua principal via
de disseminação pelo corpo o sistema linfático, o câncer de mama é um desses
exemplos. Quando há comprometimento de um linfonodo por câncer ele também pode
aumentar de tamanho.
O sistema linfático
Além do sistema cardiovascular (circulatório) para
a circulação do sangue, o corpo humano possui outro sistema de fluxo de
líquido: o sistema linfático.
O sistema linfático compreende o conjunto formado
pela linfa,
pelos vasos
linfáticos e órgãos como os linfonodos, o baço, o timo e
as tonsilas
palatinas. A linfa é um líquido claro, ligeiramente
amarelado, que flui lentamente em nosso corpo através dos vasos linfáticos.
Parte do plasma sanguíneo extravasa continuamente dos vasos capilares, formando
um material líquido entre as células dos diversos tecidos do organismo –
o líquido intercelular
ou intersticial.
Uma parte desse líquido intercelular retorna aos
capilares sanguíneos, carregando gás carbônico e resíduos diversos. Outra parte
– a linfa – é recolhida pelos capilares
linfáticos. Os capilares linfáticos transportam a linfa até
vasos de maior calibre, chamados vasos
linfáticos. Esses vasos semelhantes às veias, por sua vez,
desembocam em grandes veias, onde a linfa é liberada, misturando-se com o
sangue. Ao longo do seu trajeto, os vasos linfáticos passam pelo interior de
pequenos órgãos globulares, chamados linfonodos. Os vasos linfáticos passam
ainda por certos órgãos, como as tonsilas palatinas (amídalas) e o baço.
O sistema linfático não possui um órgão
equivalente ao coração. A linfa, portanto, não é bombeada como no caso do
sangue. Mesmo assim se desloca, pois as contrações musculares comprimem os
vasos linfáticos, provocando o fluxo da linfa.
Os vasos linfáticos possuem válvulas que
impedem o refluxo (retorno) da linfa em seu interior: assim, ela circula pelo
vaso linfático num único sentido. O sistema linfático auxilia o sistema
cardiovascular na remoção de resíduos, na coleta e na distribuição de ácidos graxos
e gliceróis absorvidos no intestino delgado e contribui para a defesa do
organismo, produzindo certos leucócitos, como os linfócitos.
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